A poesia revela, no que subjaz nas entrelinhas do que pode ser dito, algo que nos lança ao infinito. Encantamento é o que sentimos quando a sonoridade das palavras nos conduz a uma espécie de musicalidade... cadência... Nesse sentido, a poesia nos remete aos recônditos de nossa psique. O amor enquanto desejo de plenitude e a possibilidade de experenciá-lo no tempo.
Proponho, então que partilhemos de um breve instante desta musicalidade, em Cantares;
nas sábias palavras de Cecília Pires.:
Cantares
Eu quero um Olhar de amor
para embalar teu riso;
Eu busco um momento especial
para ouvir tua voz;
Eu desejo o dia
para te ver brilhar;
Eu anseio pela noite
para te encontrar;
Eu quero ser o tu
que habita no meu corpo;
Eu vivo teu acordar
no meu adormecer;
Eu sinto em ti
a vida a me desabrochar;
Eu caminho a teu lado
no encanto de viver;
Que tu e eu, como elos de corrente,
amemos e vivamos, em nós,
eternamente.
PIRES, Cecília, Olhares Poéticos, Porto Alegre: Dacasa/ASL, 2003, p. 30.
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