segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Pensar Direitos Humanos: "Democracia de Mínimos e a Negação dos Direitos...

Dentro do projeto Pensar Direitos Humanos, o filósofo e professor Castor Bartolomé Ruiz, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, fala sobre o tema "Democracia de Mínimos e a Negação dos Direitos Fundamentais".
Aqui uma excelente oportunidade de pensar nas questões que envolvem o significado da democracia. Conforme Ruiz, a democracia enquanto "auto-governo coletivo do comum" não se exerce nas sociedades modernas pelo fato de que a governança busca apenas o interesse próprio. Segundo Ruiz, "vivemos em uma sociedade que ao invés da colaboração do 'comum', (comunidade) temos a concorrência do 'próprio', (indivíduo) ou seja, mediante a desconfiança do outro, o que interessa é saber como é possível se utilizar da relação com esse outro para o próprio benefício."
Vale conferir:

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Natalia Romera - Aquarela TOQUINHO

LIBRAS - Língua brasileira de sinais.
Como qualquer outra língua, a Libras possui uma estrutura própria e complexa. Diferente das línguas orais que se utilizam da modalidade oral-auditiva é uma língua visual-espacial.
A linguagem, sabemos, é tudo o que envolve a significação enquanto forma de comunicação e expressão (música, pintura, dança, teatro).
Mimesis do grego significa imitação, a expressão do pensamento por meio de gestos. Aqui é possível perceber que significante e significado fazem (num sentido metafórico) uníssono, quero dizer, se mostram quase simultaneamente. O dizer se dá no campo visual-espacial e expressa, por meio de gestos, as ideias tanto implícitas quanto explícitas.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Difícil



Desaparecer a letra para desvelar o sentido?


“Por que tu escreves tão difícil?”
... não escrevo difícil,

meus pensamentos, ao contrário...

É que todo o dizer é difícil,
sobretudo quando as entrelinhas são preservadas...


......................

Contraponto:

“É preciso aprender que se tem inicialmente que soletrar cada obra de arte, depois aprender a ler e só depois começa-se a falar.” (Gadamer, p. 73 - A atualidade do Belo)

“imago animi sermo est” (Sêneca)
     A palavra é a imagem da alma.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Nostalgia

A outra face de mim quer o gozo nostálgico,
desejo,
de um tempo vivido, 
imaginado e esquecido, 
volatilizado
desejo.
Indicação constante das alegrias supremas, 
aparentemente plenas,
o traço.
Nas dores indizíveis, 
necessárias perdas, 
o campo:
desejo.
Horizonte agora é recompensa, 
o ganho:
desejo,
alhures endereçado...
.........
“O horizonte, a esfera do que é constante e envolve o homem, não é nenhuma parede que o cerca. Ao contrário, o horizonte aponta como tal para o que não foi fixado, para o que vem-a-ser e para o que pode vir a ser, para o possível.”  (HEIDEGGER, p.446- Nietzsche)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Diferente de descuido ou displicência: Paciência.


Encarar as escolhas mais difíceis requer certa calmaria,
paciência.
Diante do futuro, sempre incerto,
paciência é presença de espírito

e esforço,
também.
....


Por descuido ou displicência:
[...] É que pra Bia sonhadora
O mundo era azul por beleza
Tudo o que acontece se acontece era pra ser
Com certeza
É que pra Bia sonhadora o mundo era um balão
Que voava num universo caipira,
Nas festas de São João, que deus dá todo mês.
(Oswaldo Montenegro)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

As cores do édipo contemporâneo: mal-estar na subjetivação - Jean-Pierre Lebrun

Filosofia e psicanálise se unem na busca pela reflexão sobre os processos constitutivos das subjetividades ao longo do processo histórico. Extremamente instigantes, os pressupostos de Lebrun se desvelam pertinentes na medida em que apontam para algumas das rupturas ligadas ao campo simbólico e que refletem o perfil dos sujeitos histórico-sociais da atualidade. Eis aí uma excelente oportunidade de re-pensar estas questões sob o ponto de vista da psicanálise, indissociável, acredito, ao olhar da filosofia.

Jean-Pierre Lebrun
Debatedores: Nanette Zmeri Frej, Mario Fleig.
Promoção Programa de Pós-graduação em Filosofia -  Curso de Graduação em Filosofia.
Coordenação Profs. Mário Fleig, Inácio Helfer, Celso Candido.
Realizado em 15.05.2007 Sala Conecta UNISINOS

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Tragédia grega: entre a hermenêutica e a psicanálise.


Colóquio: A Tragédia grega: entre a hermenêutica e a psicanálise. 
Filosofia Unisinos – (novembro/2008)
Prof. Dr. Luiz Rohden e Prof. Dr. Mário Fleig.

Condição: “Quem não ouve tem de sentir”   
Na tragédia grega o significante opera sem ser nomeado, ou seja, do ato de instruir e dar prazer resulta a compaixão e o temor. Resumidamente podemos pensar que na tragédia grega o que se passa com o expectador é que "por um viés indireto" ocorre uma espécie de empatia, ou seja, a possibilidade de colocar-se no lugar do outro. Como um movimento circular de abertura do sujeito, inicialmente significa um sair de si, enquanto auto-esquecimento, para retornar a si como uma fusão de horizontes. Aqui uma possibilidade de autoconhecimento. Enquanto condição humana, apreender o real entre a dor e a compaixão significa o aprendizado pelo sentir, um novo olhar que movimenta o sujeito para a dimensão da responsabilidade, ou seja, ações reguladas por escolhas mais éticas e menos perversas. Como pensar estas questões em nossos dias é também a proposta desta conferência que tive o privilégio de presenciar. Sendo assim, minha proposta hoje é partilhar destas significativas reflexões que sem dúvida tem muito a nos dizer sobre alguns dos impasses do nosso tempo.



Prof. Dr. Luiz Rohden e Prof. Dr. Mário Fleig.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Conferência Álvaro Valls

Permito-me neste meu espaço partilhar deste recorte da conferência do professor Álvaro Valls na segunda Semana Acadêmica de Filosofia da UFPel.
Estimado intelectual, amigo afetuoso cujas aulas costumo sempre afirmar: “enTUsiasmadas”, provocam e instigam a todos os que gostam da boa Filosofia.
Sendo assim, somente para provocar, deixo apenas um fragmento do que são as aulas do Professor Alvaro que em sua fina ironia sabe bem instigar a reflexão a respeito das questões sérias.  

domingo, 2 de outubro de 2011

O desconfiado, o amoroso e o saber

A atitude de, por desconfiança, não crer em absolutamente nada (o que é bem diferente do saber a respeito do equilíbrio das possibilidades opostas entre si) ou de crer em tudo por amor, não é portanto um conhecimento e nem é, de modo algum, conclusão tirada de um conhecimento: porém, é uma escolha que surge justamente quando o saber estabeleceu o equilíbrio das possibilidades contrárias; e nessa escolha, que por certo tem a forma de um juízo sobre os outros, aquele que julga acaba por se revelar. [...] Nós humanos temos um temor natural de cometer erros ao formarmos uma opinião boa demais sobre uma pessoa. O engano que consiste em formar uma opinião ruim demais sobre outra pessoa, por outro lado, quiçá não se tema, pelo menos na mesma proporção que o primeiro. (KIERKEGAARD, As Obras do Amor)

sábado, 1 de outubro de 2011

"Instantes plenos de eternidade"

A afirmação “Instantes plenos de eternidade” pode bem significar o niilismo. Mas pode ser também no sentido como afirmava o filósofo dinamarquês: aqueles instantes em que as ações não estão dissociadas das significações do sujeito existente. Segundo ele, as escolhas são possíveis “aqui e agora”, ou seja, é no instante que escolhemos, mas as "obras" são da ordem dos afetos. Estes  instantes, átomos do nosso tempo finito, são agora os "instantes plenos de eternidade".   Eis o pathos no sentido grego: paixão enquanto mobilidade e imperfeição.

Angústia e amor são "virtudes práticas" que demandam coragem.” (Luiz Felipe Pondé)