terça-feira, 12 de junho de 2012

Cansaço


Sinto cansaço, uma fadiga imensa do pensamento banal: esse mesmo que distrai vidas de si mesmas.

                  É diante da própria certeza que apontam o dedo:

O que atrapalha a vida é a diferença,
o outro.


É nessa perspectiva talvez,
                                             que o poeta,
                                              sem medo, diz:

“Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? (Fernando Pessoa, 1996).



É que esta “ausência”, irrefletido cotidiano é insistente e mesmo, sempre...
vidas abstratas,
 meramente egoísticas, convencidas de si mesmas,
mas alheias de si.

Será também por isso que segundo Kierkegaard “a diferença é um disfarce”? Para ele o retorno sobre si, quero dizer, olhar para si mesmo requer coragem, pois não acontece sem uma inicial tristeza consigo mesmo. Além do espanto, há agora uma certa lucidez que estremece...

e nas entranhas, 
somente clamor e murmúrio,“temor e tremor”.

 Depois, só o silêncio do nada que somos.

Eis então que surge a possibilidade:

"re-nascer"

                                           uma possibilidade.

Somos livres na mesma proporção em que também únicos responsáveis pelas próprias escolhas.