quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O Desejo e o Infinito -


Diferente de necessidade, para Lévinas o desejo não é meramente uma necessidade biológica, mas sim um desejo que se liga ao infinito. O desejo marca a nossa própria incompletude e aponta para uma certa saudade e nostalgia, ou ainda, para a consciência de algo perdido.
Por outro lado, o desejo nos joga para frente e nos abre para o outro: É um desejo metafísico, pois significa a transcendência da relação, ou seja, o incomensurável, o Deus que não alcançamos.
Nesse sentido, o objeto do desejo, o infinito, aparece como uma possibilidade de relação em que não se supõe a objetivação, pois existe o respeito pela alteridade. O infinito, assim pensado retoma a questão do Deus na filosofia. É o grande Outro que impulsiona e anima. O Deus longínquo, que vem de dentro, que germina da interioridade.



Referências:
LÉVINAS, Emmanuel, Humanismo do Outro Homem, Rio de Janeiro, RJ, Petrópolis Vozes, 1993

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