terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Em Immanuel Lévinas: a alteridade que desemboca na ética.

A alteridade humana é o ponto de universalização de valores para a constituição do sujeito. Abre, portanto, o caminho para o pluralismo e a valorização do outro. Nesse sentido, no que se refere à liberdade, ela é posterior à interpelação, isto é, não sou livre para ser interpelado. O outro me interpela e essa interpelação é prévia a minha vontade. A situação dele me chega e essa interpelação me responsabiliza. Essa responsabilidade sempre e, inevitavelmente, passa por uma prática de justiça, ou seja, assumir a responsabilidade pelo outro. A liberdade é o modo como eu justifico a interpelação do outro que somente se torna plena, a partir do momento em que assumo a responsabilidade por ele. O agir é sempre um agir ético, pois o outro me constitui, eu “sou” pelo outro e para o outro. Nesse sentido, a liberdade está associada à fidelidade, à doação e a compreensão que culmina no conceito de amor. E isso me lembra Kierkegaard em “As Obras do Amor”. (Gules/2010)

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