quinta-feira, 15 de abril de 2010

Texto de Clarice Lispector

Olhe para todos ao seu redor.
Do livro "Uma aprendizagem ou pequeno Livro dos Prazeres", este texto também poderia se chamar: Persona.
Por quê? Talvez por que "falar do que realmente importa é considerado uma gafe"... ou até mesmo quem sabe, "para que no fim do dia possamos dizer: pelo menos não fui tolo"... ou um idiota, cujo "olhar inocente" beira sempre, aos olhos dos outros, a demência... Sob este aspecto, também Dostoiévski foi brilhante quando da sua criação: "O Idiota".
Mas o que é que de fato produz uma consciência crítica o suficiente para que deixemos cair as próprias máscaras?
Somente quem tem a coragem de voltar-se sobre si mesmo, torna-se crítico o suficiente para dar-se conta das sujeições que estamos expostos. Contudo, é precisamente isso que a criticidade produz: consciência dos próprios limites. Com isso, a vida passa a ser vivida com um novo olhar. É como se houvesse uma espécie de re-nascimento.
Estranheza, entretanto, é o que vemos... tanto no que diz respeito ao que está aí posto, como também o outro que nos olha com uma certa perplexidade de quem está preso às certezas...

Nenhum comentário:

Postar um comentário