segunda-feira, 5 de abril de 2010

Lacan - Falasser-Sexualidad-subtitulado

Intimamente ligadas a linguagem, Lacan apresenta algumas questões que insistentemente nos acossam e nos instigam pela busca de alguns significados em suas teorias.
Inicialmente cabe questionar o que seja, para Lacan, o "real" e qual a relação que podemos estabelecer com o nosso "desejo" de plenitude? Se o real "padece de significante" como nos afirma Lacan, então em que media o gozo está ligado ao "instante" da plenitude perdida? Em que sentido é necessário primeiramente perder (idéia da completude) para poder ganhar (instauração do desejo)? Qual a relação que podemos estabelecer entre o "real" e a "linguagem"? Se o real está intimamente ligado a fala, então em que medida a linguagem é um modo metaforizado de inscrição do impossível?
Uma pista, talvez, encontremos no seminário 24, "A emergência de um impossível", em que Lacan afirma: (...) "enunciei, pondo-o no presente que não existe relação sexual".
Sob este aspecto, Lacan parece afirmar que não há proporção entre o que o sujeito busca e aquilo que é buscado. Sob este aspecto, o nosso "desejo de completude" que não cessa de se inscrever e por isso se repete, está sempre à luz do horizonte do próprio desejo. Nesse sentido é possível afirmar que o O "real" é o impossível. Para Lacan o real está intimamente ligado ao que ele denominou "Objeto a" (objeto ausente). O desejo nos move precisamente pelo fato de que sendo sempre um horizonte inatingível, uma falta a ser metaforizada(fala), instaura a possibilidade da máxima: "ne céde pas sur ton désir". Isso que se repete é precisamente, mesmo que por um "instante", o gozo, "resto incomensurável" da idéia da plenitude.

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