quinta-feira, 7 de julho de 2011

Reticências...


[...] Uma pessoa se recolhe, recupera-se da multidão pretensiosa que fala tagarela (como é expansiva!) ... e aprende devagar a reconhecer as poucas coisas em que perduram o que de eterno se pode amar e a solidão de que se pode tomar parte em silêncio." (Cartas a um Jovem Poeta; Rilke, p. 53).

La réticence, c’est Le discours expirant, le passage de l’explicite au tacite. [...] les points de suspension qui étranglent nos phrases représentent en quelque sorte la cicatrice laissée par les mots disparus. Le silence est donc une absence tandis que la réticence – c’est-à-dire la 'figure de silence' – semblable en cela aux passes et soupirs du discours musical, es une interruption expressive, une espèce de valeur sonore. (Jankélévitch, p.89)

(A reserva é o discurso que expira, a passagem do explícito ao tácito. [...] os pontos de suspensão que estrangulam as nossas frases representam de certa forma as cicatrizes deixadas pelas palavras desaparecidas. O silêncio é, pois, uma ausência, enquanto a reserva - ou seja, “a figura de silêncio” - semelhante às passagens e suspiros do discurso musical, é uma expressiva interrupção, uma espécie de valor sonoro).

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