sexta-feira, 8 de julho de 2011

A ironia sobre si


Quando considero a brevidade da existência dentro do pequeno parêntese do tempo e reflito sobre tudo o que está além de mim e depois de mim, enxergo minha pequenez. Quando considero que um dia tombarei no silêncio de um túmulo, tragado pela vastidão da existência, compreendo minhas extensas limitações e, ao deparar com elas, deixo de ser deus e liberto-me para ser apenas um ser humano. Saio da condição de centro do universo para ser apenas um andante nas trajetórias que desconheço... (Augusto Cury - O Vendedor de Sonhos).

L’ironie sur soi: [...] l’absence des choses qui ne son plus et l’absence des choses qui ne sont pas encore ; [...] L’ironie nous présente la glace où notre conscience se mirera tout à son aise : ou, si l’on préfère, elle renvoie à l’oreille de l’homme l’écho qui répercute le son de sa propre voix. Et ce miroir n’est pas ‘le sinistre miroir où la mégère se regarde’, mais le lucide, le sage miroir de l’introspection et de la self-connaissance. (Jankélévitch, p.36)

(A ironia sobre si: [...] a ausência das coisas que não são mais e a ausência das coisas que ainda não são; [...] A ironia apresenta-nos o gelo onde a nossa consciência mirar-se-á toda à vontade: ou, se prefere, retorna à orelha do homem o eco que reflete o som da sua própria voz. E este espelho não é `o sinistro espelho onde a megera se olha', mas o lúcido, o sensato espelho da introspecção e do auto-conhecimento).

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