sábado, 23 de abril de 2011

Desesperadamente querer ser si mesmo.


Para aquele que ainda não decide por si mesmo, ou seja, deseja muito tornar-se um indivíduo de fato, mas não sabe exatamente como responsabilizar-se por isso, Kierkegaard provavelmente diria com sua fina ironia:



Casa-te, tu vais te arrepender; não te cases, tu também vais te arrepender; casando ou não casando, em ambos os casos tu te arrependerás. Ri sobre a loucura do mundo, tu vais te arrepender; chora sobre a loucura do mundo, também vais te arrepender; rindo ou chorando sobre a loucura do mundo, em ambos os casos vais te arrepender; quer tu rias da loucura do mundo, quer chores por causa dela, em ambos os casos te arrependerás. Confia numa jovem, tu vais te arrepender; não confia nela, também vais te arrepender; confiando ou não confiando numa jovem, em ambos os casos te arrependerás; quer tu confies numa jovem, quer não confies nela, em ambos os casos te arrependerás. Enforca-te, tu vais te arrepender; não te enforques, também vais te arrepender; enforcando-te ou não te enforcando vais te arrepender; quer tu te enforques ou não te enforques, em ambos os casos te arrependerás. Esta, meus senhores, é a quinta-essência de toda a sabedoria.(KIERKEGAARD)



Para o pensador da Dinamarca, o melancólico não vê sentido algum para sua vida que se tornou azeda e por isso mesmo ele já não consegue escolher.


REFERÊNCIA:
KIERKEGAARD, Sören Aabye. . Do desespero silencioso ao elogio do amor desinteressado: aforismos, Novelas e Discursos de Sören Kierkegaard. Organizador, tradutor e apresentador: Álvaro Luiz Montenegro Valls. Porto Alegre: Escritos, 2004.

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