quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Quando a dúvida é agora a ironia dominada.

Vertigem

Este algo outro, avesso e inquieto, sempre
em busca de mais, o adverso
desejo...
Sussurra aos ouvidos, morada em meu ventre
e entranhas,
murmúrios...
No salto o instante: eu mesma;
não mais o reverso,
apenas.
...
Diferente da dúvida, a ironia dominada é guia para o caminho:

[...] Na dúvida, o sujeito quer constantemente ir ao objeto, e o seu infortúnio está em que o objeto foge constantemente diante dele. Na ironia, o sujeito quer constantemente afastar-se do objeto, o que ele consegue ao tomar consciência a cada instante de que o objeto não tem nenhuma realidade. Por isso, quando a ironia suspeita de que por trás do fenômeno tem de esconder-se algo de diferente daquilo que está no fenômeno, o cuidado da ironia é sempre que o sujeito se sinta livre, de modo que o fenômeno não adquira realidade para o sujeito. (KIERKEGAARD, O Conceito e Ironia, p.223)


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