quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Dois pólos.


Chuva lá fora, vida, reverbera
a plenitude da alma amargurada, tua.
Queres de mim a perfeição ou
será ainda espelhamento teu?  meu lamento, talvez.
Escolhas próprias responsabilizam, não as lamento.
Saibas, pois, bondade em mim é imitação, apenas. Não sou anjo. Sou dívida eterna. É em "minhas entranhas que Deus vive".
Meus demônios é aqui mesmo, em minha interioridade, que exorcizo.
Sou luta de contrários,
dois pólos.
Esforço, apenas.



Chuva mansa lá fora. Aqui, vigorosa vida. 
Nada seria sem partilha, construção, re-construção 
e esforço,
também.

............

Quem não ousa apostar num ente que é finito,
à espera de comparte ideal, não mais que mito,
Parte infeliz da vida, por não ter amado.
(Professor Nedel, p.67)

NEDEL, José. A Vez do Verso: sonetos, Edigal, 2011.

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