
Nietzsche afirmava que quando olhamos para o “abismo”, ele também nos olha. 
E o que é esse abismo senão a representação metafórica do futuro? 
O futuro enquanto "possibilidade" é esse desconhecido sempre contingente. Não sabemos o que nos espera. O "grande peso dos pesos", pois se por um lado nos obriga às próprias escolhas, por outro, é precisamente isso que nos responsabiliza. A angústia, nesse sentido, é mesmo uma "antipatia simpática", como afirmava Kierkegaard, pois é diante do desconhecido, o futuro, que invitavelmente escolhemos. Eis o "instante" do salto e esse calafrio que sinto nada mais é do que a angústia da possibilidade.
 
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