sexta-feira, 26 de novembro de 2010

PRAGMATISMO



Resumidamente “pragmatismo” significa o meio utilizado para atingir um fim, ou seja, o pressuposto de que a ênfase deve ser na “utilidade da coisa”, ou no sentido prático da coisa.
Podemos pensar aqui de modo positivo se, na busca pela “utilidade da coisa”, os meios utilizados estejam pautados, por exemplo, no Imperativo categórico (ético) de Kant, que diz: “Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, por tua vontade, lei universal da natureza”. (KANT, Crítica da Razão Prática).
Trazendo para o nosso tempo, e, até para que não haja interpretações errôneas sobre essa afirmativa, significa dizer que devemos agir de tal modo que as normas da nossa ação seja também desejada e efetivada pelo outro. E ainda, deixemos o bom e claro português falar: não fazer com o outro aquilo que eu não gostaria que fizessem comigo.
Talvez, essa tenha sido apenas uma grande pretensão de Kant, ou seja, pensar universal o “si-mesmo” no homem.
Uma questão que me acossa insistentemente é a seguinte: Em dias de individualismo exacerbado em que a "paixão" como sinônimo de interioridade já não existe, como pressupor um agir que seja outro, senão o da vantagem, do lucro acima de tudo e de todos? Como pressupor que os meios utilizados para atingir os fins sejam outros, senão o jogo doentio da ganância, da vontade de poder e da disputa?
Sob este aspecto, podemos pressupor que o "imperativo" válido para o nosso tempo se sustenta na afirmação de que "se Deus morreu, então tudo é permitido."
Afinal, em tempos de desresponsabilização o lema torna-se claro: “se não sou eu o responsável, então o outro que se dane.” Mas a questão que verdadeiramente me acossa é simplesmente esta:
Qual é mesmo a nossa única “certeza”? Se a resposta para esta indagação for aquela que consigo formular, ou seja: a morte,
então,
vamos pensando...
Talvez, neste fragmento de tempo que temos, tudo seja mesmo "permitido".
Contudo,
e apesar de tudo,
liberdade é poder escolher.

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