quarta-feira, 3 de março de 2010

Les Nuits blanches – Le Sous-sol


Fiódor Dostoievski é, sem dúvida, um dos grandes escritores da literatura Russa. Sua obra retrata com extrema sensibilidade os recônditos da psique humana. O bem e o mal em contrate constante entre os seus personagens.
Les Nuits blanches – Le Sous-sol, (Noites brancas - O Sub-solo) são dois excelentes contos; o segundo, escrito em primeira pessoa, provoca e instiga os seus leitores no sentido de realizarem um retorno sobre si mesmos. Le nuits blanches, por sua vez, conta a história de um homem solitário que encontra a bela Nastenka chorando em uma ponte. Ao longo das noites, Nastenka conta a ele a história de sua paixão por um homem misterioso que hospedou-se na pensão de sua avó, e de como ele a deixou, um ano atrás, prometendo voltar. Encantado com a inocência da moça o protagonista se apaixona e tenta fazer com que ela esqueça o antigo namorado.
Ao contrário de Pascal, em Dostoiévski a reflexão sobre o homem em alguns de seus personagens não fundamenta somente a grandeza do humano, mas também a miséria como uma doença pela qual o indivíduo sente em sua interioridade. A culpa dirigida ao mundo exterior o torna um ser separado, estrangeiro, cuja solidão o conduz a um exílio sem remédio. Assim, não somente o homem deseja o mal, mas ele ama o mal que se confunde com o amor de si.
Resumidamente, é possível concordar com Pierre Pascal, quando diz:

[...] "Une histoire d’amour qui finit mal (Les Nuits blanches) et, dans Le Sous-sol, un de ces superbes maniaco-dépressifs comme Dostoievski sut les inventer avant que Freud les mit à la mode." (Pierre Pascal).
No entanto, podemos analisar Les Nuits blanches sob outro aspecto. Talvez, como em Kierkegaard, contemporâneo de Dostoiévski, um pouco mais apaixonado pela vida. Sendo ssim, vejamos o modo como termina a narrativa:
[...] "Ce bref roman d’amour s’achève par ces mots : « Mon Dieu ! tout un instant de bonheur! N’est-ce pas assez pour toute une vie ? »

Por outro lado, é em Le Sous-sol que vemos retratado o mal que se confunde com o amor próprio. Com muita sensibilidade Dostoiévski traduz, nas palavras do protagonista que fala sobre si mesmo:

[...] “Je suis um homme malade... Je suis um homme méchant. Je suis um homme déplaisant. Je crois que j’ai une maladie de foie. D’ailleurs je ne comprends absolument rien à maladie et ne sais même pas au juste ou j’ai mal. [...] Je sais très bien que ce ne sont pas médecins que j’embête em refusant de me faire soigner. Je ne fais tort qu’à moi-même; je le comprends mieux que quiconque. Et pourtant, c’est bien par méchanceté que je ne me soigne pas. J’ai mal au foie! Tant mieux!!”

Referência:
Dostoiévski, Fiódor, Les Nuits blanches Le sous-sol, Tradução de Pierre Pascal et Boris de Schloezer e introdução de Robert André; Gallimard.

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