“Daquilo com que mantêm contínuo contato do Lógos discordam; e as coisas que encontram diariamente parecem-lhe estranhas”. (Fragmento 72 Heráclito).
quarta-feira, 31 de março de 2010
sexta-feira, 26 de março de 2010
FILOSOFIA E PSICOLOGIA: Michel Foucalt
terça-feira, 23 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
Ludwig van Beethoven - The great opera
Foi apresentada pela primeira vez em 7 de maio de 1824, em Viena, na Áustria. O regente foi Michael Umlauf, diretor musical do teatro, e Beethoven - dissuadido da regência pelo estado implacável de sua surdez - teve direito a um lugar especial junto ao maestro.
Importante ressaltar que a surdez pode ser compreedida como o aspecto trágico na existência de Beethoven. No entanto, a genialidade consiste precisamente pelo fato de que a surdez não o impossibilitou de se lançar para além do que ele próprio ouvia.
O vídeo a seguir, traz um fragmento do filme "O Segredo de Beethoven". Há, no filme, uma passagem em que Bethoven profere que provoca o senso estético quando: "abre a música ao feio, ao visceral... (...) Como apreciará o divino senão através de nossas entranhas... é em nossas entranhas que Deus vive e não na mente e nem na alma. Só teremos a cabeça nas núvens se antes pisarmos na lama."
Em relação à sua obra, no filme ele também afirma que: "Não é para se entender, é preciso vivenciar essas minhas obras. É uma nova linguagem que eu inventei para falar da experiência humana de deus... da minha experiência de deus."
(..) A música, em contrapartida, confere ao mito trágico uma significação metafísica tão penetrante e tão decisiva que, sem essa ajuda única, a palavra e a imagem teriam ficado para sempre impotentes para poder atingi-la. E é especialmente graças à música que o espectador da tragédia fica invadido por esse pressentimento de uma alegria suprema, para o qual conduz um caminho de ruína e de negação, de modo que acredita ouvir a voz mais secreta das coisas lhe falar inteligivelmente do fundo do abismo.(2006, p. 147)
Na compreensão de Nietzsche, a arte dionisíaca é captada mediante a possibilidade de significação proporcionada através da dissonância musical. Nesse sentido, a alegria primitiva presente em Dionísio é, diante da dor e do caos, a fonte geradora da música e do mito trágico. Podemos entender o modo como Nietzsche caracteriza os efeitos da dissonância na tragédia quando profere:
Referências:
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm, O Nascimento da Tragédia, Coleção Obras do Pensamento Universal, São Paulo, Editora Escala, 2006.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Diário do Sedutor - Sören Kierkegaard
Em "O Diário do Sedutor", Kierkegaard, utiliza o pseudônimo Johannes para demonstrar a figura do Esteta. (Conforme Kierkegaard, o indivíduo pode experenciar três modos distintos em sua existência: o estádio estético (Don Juan), o estádio ético (Fausto) e o religioso. Importante ressaltar que os estádios não seguem necessariamente uma ordem. O que se passa é que um indivíduo pode significar, a exemplo do pseudônimo Johannes, toda a sua existência na figura do esteta. No livro, Johannes troca correspondências com a sua "amada" Cordélia. O objetivo (exclusivamente egóico) se volta para a conquista, (objetivação do outro) cujo "instante", uma vez concretizado perde a significação e o sentido. Assim como Don Juan, ele busca apenas a sensualidade e o prazer como meta última de sua existência. Por essa razão o seu existir é apenas para o acaso. Uma vez que não há um retorno reflexivo sobre si mesmo, a possibilidade de escolher o próprio futuro torna-se inexistente e é isso que faz Johannes tornar-se indiferente ao bem e ao mal. Para ele, interessa apenas o presente e o imediato, isto é, o instante em que ele deseja para si todo o universo. Nesse sentido, é também a razão pela qual ele jamais se responsabiliza. Eis o que Kierkegaard significou como a existência estética:
quarta-feira, 17 de março de 2010
Crise da Razão Nieztsche e kierkegaard
A QUEBRA DAS CERTEZAS:
POR: Prof Rogerio Freitas
O "conceito" do amor - Sören Kierkegaard
No dizer poético, por sua vez, encontramos sempre uma possibilidade de aproximação, ou seja, de elevação para o infinito enquanto desejo de plenitude. Numa perspectiva psicológica é precisamente o que permite a disparidade na relação entre pares, ou seja, a quebra da paridade como forma de relação dual (jogo de disputas: ou eu, ou ele).
sexta-feira, 12 de março de 2010
SOMOS TODOS UM
Recentemente recebi uma apresentação de slides (Somos todos um) que me conduziu ao pensamento de Heráclito. Nesse sentido, partilho de alguns dos seus fragmentos, uma vez que eles parecem aclarar o que está sendo dito nos slides.
Heráclito, em detalhe do afresco pintado por Rafael, A Escola de Atenas.
Fragmento 50
“Ouvindo não a mim, mas ao logos, é sábio concordar ser tudo-um”.
O logos abarca a unidade e a multiplicidade. É tanto união, quanto separação.
Fragmento 53
“De todos a guerra é pai, de todos é rei; uns indica deuses, outros homens; de uns faz escravos, de outros, livres.”
Ao observarmos a construção “ de todos a guerra é pai”, parece-nos que este “todos” se refere a todos os existentes, a multiplicidade. A guerra é a tensão que une e distingue a unidade da multiplicidade. É a comunicação que nunca se vê livre da preservação da diferença:
Ao mesmo tempo que junta, “indica”: deuses x homens, livres x escravos. o A e o B.
Fragmento 8.
“O contrário é convergente e dos divergentes, a mais bela harmonia”.
Aqui temos de volta a relação antíteses tencionadas como no “tudo-um”
do primeiro fragmento. Neste caso, porém, a “harmonia” que se refere esse fragmento não está relacionada ao logos como sinônimo. O logos mantém a unidade, a multiplicidade e a tensão entre elas, fazendo concordar o que discorda. O nosso desejo de plenitude que, sendo sempre um desejo, não cessa de se inscrever enquanto horizonte de sentido. A "harmonia", portanto, é justamente a tensão entre os pólos opostos, seria o hífen entre Tudo-um, uno-múltiplo, A-B.
Assista, no link a seguir, a uma significativa apresentação: Somos todos um.
Somos todos um - Mensagem em Powerpoint, Slide, PPS
quarta-feira, 10 de março de 2010
Earth Song - Canção da Terra
Partilho este vídeo como uma forma de reflexão e também uma espécie de lamento. Uma resposta de Gaia (Terra) no que diz respeito a pretensão de supremacia e apoderamento humano. Demonstra, sobretudo, a nossa pequenez e insignificância frente as forças da natureza. Este vídeo ganhou em 1996 o prêmio Le Film Fantastique de Melhor Clipe e foi indicado ao Grammy de Melhor Clipe de 1997. Earth Song, ou Canção da Terra, foi escrita e composta por Michael Jackson e lançada em seu álbum "HIStory: Past, Present and Future - Book I", de 1995. Nenhum integrante do clipe é profissional, todos são residentes de suas específicas regiões, como as tribos Masai da Tanzânia e os índios brasileiros da Amazônia. As cenas do incêndio florestal (fictício) que Michael se encontra no vídeo foram recriadas em um terreno de aproximadamente seis acres de tamanho, em Nova York
quarta-feira, 3 de março de 2010
Les Nuits blanches – Le Sous-sol
Les Nuits blanches – Le Sous-sol, (Noites brancas - O Sub-solo) são dois excelentes contos; o segundo, escrito em primeira pessoa, provoca e instiga os seus leitores no sentido de realizarem um retorno sobre si mesmos. Le nuits blanches, por sua vez, conta a história de um homem solitário que encontra a bela Nastenka chorando em uma ponte. Ao longo das noites, Nastenka conta a ele a história de sua paixão por um homem misterioso que hospedou-se na pensão de sua avó, e de como ele a deixou, um ano atrás, prometendo voltar. Encantado com a inocência da moça o protagonista se apaixona e tenta fazer com que ela esqueça o antigo namorado.
[...] "Une histoire d’amour qui finit mal (Les Nuits blanches) et, dans Le Sous-sol, un de ces superbes maniaco-dépressifs comme Dostoievski sut les inventer avant que Freud les mit à la mode." (Pierre Pascal).
Por outro lado, é em Le Sous-sol que vemos retratado o mal que se confunde com o amor próprio. Com muita sensibilidade Dostoiévski traduz, nas palavras do protagonista que fala sobre si mesmo:
[...] “Je suis um homme malade... Je suis um homme méchant. Je suis um homme déplaisant. Je crois que j’ai une maladie de foie. D’ailleurs je ne comprends absolument rien à maladie et ne sais même pas au juste ou j’ai mal. [...] Je sais très bien que ce ne sont pas médecins que j’embête em refusant de me faire soigner. Je ne fais tort qu’à moi-même; je le comprends mieux que quiconque. Et pourtant, c’est bien par méchanceté que je ne me soigne pas. J’ai mal au foie! Tant mieux!!”