Sinto cansaço, uma fadiga imensa do pensamento banal: esse mesmo que distrai vidas de si mesmas.
É diante da própria certeza que apontam o dedo:
O que atrapalha a vida é a diferença,
o outro.
É nessa perspectiva talvez,
que o poeta,
que o poeta,
sem medo, diz:
“Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? (Fernando Pessoa, 1996).
É que esta “ausência”, irrefletido cotidiano é insistente e mesmo, sempre...
vidas abstratas,
meramente egoísticas, convencidas de si mesmas,
mas alheias de si.
meramente egoísticas, convencidas de si mesmas,
mas alheias de si.
Será também por isso que segundo Kierkegaard “a diferença é um disfarce”? Para ele o retorno sobre si, quero dizer, olhar para si mesmo requer coragem, pois não acontece sem uma inicial tristeza consigo mesmo. Além do espanto, há agora uma certa lucidez que estremece...
e nas entranhas,
somente clamor e murmúrio,“temor e tremor”.
somente clamor e murmúrio,“temor e tremor”.
Depois, só o silêncio do nada que somos.
Eis então que surge a possibilidade:
"re-nascer"
uma possibilidade.
Somos livres na mesma proporção em que também únicos responsáveis pelas próprias escolhas.