sábado, 26 de março de 2011

Projeção é amor de si


Toda paixão é ainda o amor de si.

Justificativa talvez, para a afirmação: “amo a mim mesma e é recíproco”; vejam! não há nessa afirmação qualquer sentido pejorativo.

Ora, sabemos que o pressuposto do amor ao outro se fundamenta na suposição de que "ao menos" amamos a nós mesmos. No entanto, me parece que há aí um rasgo sobre o fundamento do amor que vem sendo confundido. O que ocorre, suponho, é que nos equivocamos quanto a alguns significantes.

Na paixão a projeção ocorre porque idealizo o outro como uma espécie de espelhamento, ou seja, projeto no outro não apenas aquilo que sou, pois há ainda o que em mim desconheço; aquilo que gostaria de ser enquanto ideal de perfeição e desejo de plenitude. Somente quando, com o tempo, essa “ideia” desvanece, nos vemos diante daquele que é e sempre será singular. Vemos, então, pela primeira vez o outro de fato. Aqui a alteridade provoca, muitas vezes, aquela ambigüidade que equivocadamente supõe sinônimas as significações entre amor e paixão. Daí a certeza, no mínimo contraditória, na voz dos poetas...

A música, nesse sentido, enquanto expressão poética parece sempre dizer algo. Isso me faz lembrar o quanto aprecio escutar Carla Bruni e seu canto "apaixonado". Bruni tem uma canção, cujo título parece apontar para esta contradição, que diz: "Notre grand amour es mort".

sexta-feira, 11 de março de 2011

Alternativa Zero


Se os outros são inferno ou erro para nós,
A julgar pela voz de Sartre ou de Pessoa,
Que alternativa resta que nos seja boa,
Fora outro inferno ou erro: a vida pobre a sós?
(Professor NEDEL, 2009)

"O inferno são os outros" (Sartre, 1947).

"E cada um de nós é o erro de cada um de nós apenas" (Fernando Pessoa, 2006).

domingo, 6 de março de 2011

CHICO BUARQUE & MILTON NASCIMENTO - O QUE SERÁ (1976)

Esse que nos move...
... reinvenção, criação e arte...